Esse é o quarto artigo de uma série chamada “Como escolher cores na Arquitetura”, para seguir com a leitura é interessante conhecer os outros textos. Se você não quiser fazer isso agora não tem problema.
Introdução
Nos artigos anteriores nós explicamos como as cores influenciam nossas emoções e comportamento dentro dos ambientes.
Nós também explicamos como o corpo humano percebe as cores de maneira única, ninguém vê o mesmo tom de cor que você. Esse é o motivo de termos códigos para definir as cores e facilitar seu reconhecimento.
A série “Como escolher cores na Arquitetura” foi escrita com base no livro:
A Psicologia das cores: Como as cores afetam a emoção e a Razão da autora alemã Eva Heller.
Laranja
Essa cor é a mistura entre amarelo e vermelho. Na China o amarelo significa a perfeição e características nobres, o vermelho é a cor da felicidade e do poder.
O laranja vem como o equilíbrio entre essas duas e aparece como a cor da transformação.
Seus tons são considerados exóticos e surgiram lá do oriente, simbolo da fertilidade e das divindades. Tem o poder de estimular o apetite, a criatividade, a sociabilidade, a confiança, o otimismo, a recreação e o lúdico.
O Laranja é uma cor que clareia e aquece, ela alegra a mente e o corpo.
Van Gogh dizia: “Não existe laranja sem azul”, segundo ele ao lado do azul o laranja expressa seu potencial. Durante um tempo essa combinação foi bem presente em elementos gráficos, peças publicitárias e decoração de interiores.

Os melhores espaços para o uso de laranja são os ambientes criativos como escritórios, estúdios, escolas. Em conjunto com azul ele transmite credibilidade.
Restaurantes e bares também podem empregar do laranja, já que essa cor estimula o apetite e a sociabilidade.

Violeta
Misticismo, vaidade, extravagancia, sabedoria e imponência. Esses são os principais atributos dessa cor que surge da mistura do azul com vermelho.
O violeta e seus tons geralmente estão associados a sensualidade e espiritualidade. É uma cor luxuosa e vibrante, também é relacionada a nobreza e ao alto clero. O púrpura e o violeta são tidos como
cores correspondentes a eternidade e justiça.

Keller diz que violeta é a cor da vaidade, da magia, da metempsicose (transição de almas) e do esoterismo.
Também é a cor do feminismo, mas não vou falar sobre isso para não parecer mansplaining (em breve teremos colaboradoras para escrever sobre questões de gênero e arquitetura). Vou deixar um artigo de outro site aqui para quem se interessar pelo assunto.
Além do feminismo essa cor também é associada à homossexualidade e movimentos artísticos.
A cor violeta na arquitetura transmite bem-estar, calmaria e suavidade. É ideal para ambientes de meditação, reflexão e descanso.

Em espaços corporativos ela trás uma sensação mais jovial e descontraída. Contudo, deve ser utilizada com cuidado para não sobrecarregar lugar.

Rosa
Rosa é a cor do charme, da gentileza, do criativo e da nudez. Essa cor representa a sensibilidade e a sentimentalidade, é a mistura de uma cor quente com uma cor fria.
“Menino veste azul e menina veste rosa”, reconhece essa frase? Ela é da Sra. Damares Alves, Ministra da Mulher, Familia e Direitos Humanos no Brasil (2019)
Você sabia que até 1920 o rosa não era considerado uma cor feminina?
A cor só se tornou feminina com o processo de fabricação de cores resistentes a fervura na década de 20. Antes disso o rosa era considerado uma cor masculina e o azul claro uma cor feminina.

Ao se tornar uma cor feminina o rosa também virou uma cor da descriminação. Durante a Segunda Guerra Mundial, os homossexuais que não se enquadravam no “padrão” de masculinidade dos soltados eram conduzidos a campos de concentração e obrigados a utilizar um triangulo rosa costurado na roupa.
A cor rosa na arquitetura tem sido utilizada em ambientes femininos e infantis, porém pode ocupar espaços industriais e masculinos sem problemas.
Isso acontece porque é uma cor muito versátil, pode ser aplicada tanto nos pequenos detalhes como móveis e decoração, como também pode ser protagonista da cena.
Combina muito bem com cinza, tons amadeirados, cores mais neutras e metais de maneira geral.

O rosa em tons mais quentes tem efeitos positivos e tornam as pessoas mais ativas. Essas tonalidades são ideais para asilos, hospitais e espaços onde não queremos que as pessoas fiquem apáticas ou sem vontade de viver.

Os tons claros já tem um efeito mais relaxante, proporciona calor, afeto, favorece a empatia e o companheirismo, ideal para ambientes de recuperação e trabalho em equipe.

Esse artigo faz parte de uma série sobre cores no design de interiores e vai contar com 6 textos. Vocês acabaram de ler a quarta publicação, ainda veremos as cores Ouro, Prata, Marrom e Cinza.
O material foi dividido para que a leitura fosse fácil e dinâmica de modo a não tomar muito do seu tempo e ser de fácil consulta.
O Habitamos agradece sua visita e nos acompanhe para saber mais sobre cores na arquitetura.
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